Citação do dia


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Histórias da terra e do mar

A CASA DO MAR
Havia uma casa construída numa duna que estava isolada de todas as outras, era feita de pedra e cal e estava virada para o mar. No andar de cima da fachada há três janelas e uma varanda com grades de madeira. No andar de baixo há três janelas e uma porta. A porta as janelas e as grades da varanda estão pintadas de verde. No chão, ao longo da parede, há um passeio que separa a casa da areia. Para além das dunas, a praia estende-se a todo o comprimento da costa e na areia observam-se búzios, conchas e outras coisas trazidas pelo mar. As traseiras da casa dão para um jardim inculto com um poço no meio e o chão está coberto de pequenas pedras soltas. A roupa lavada, seca ao sol presa num arame. O jardim é limitado por três muros e no fundo, há uma cancela que dá para uma rua deserta. Do lado poente do jardim, avista-se a sul uma cidade. E entre a casa e a cidade, estendem-se as dunas onde crescem os lírios selvagens.

Nas gavetas, a roupa cheira a maresia e os espelhos reflectem os dias. Os móveis são escuros e finos, o chão esfregado e as paredes caiadas.  Quem entra pelo lado de trás da casa, entra num corredor. À direita fica a cozinha. À esquerda da copa fica a sala de jantar que tem no meio uma mesa rodeada de cadeiras e pequenas cantoneiras nos cantos dos muros. No centro da mesa há uma fruteira. Da sala de jantar, passa-se para uma sala que dá directamente para um patamar ao pé da duna. Nesta sala, existem cadeiras de vime à volta de uma mesa e as paredes estão cobertas de fotografias. A parte de trás da casa forma um L que se prolonga numa ala formada por quatro quartos ao longo do corredor. No andar de cima só há quatro quartos. O quarto que fica ao cimo das escadas, á esquerda, é um quarto pequeno com uma cómoda e uma cama.  No fundo do corredor, no outro extremo desse andar, há um quarto grande e sombrio que está cheio de livros empilhados nas mesas e cadeiras. Esse quarto comunica com uma quarto pequeno e quadrado ocupado por um toucador que tem um espelho no centro. No pátio das traseiras estão dois perdigueiros que olham quando alguém chama. Entre o quarto do fundo e a escada fica o quarto que dá para a varanda de madeira verde onde há um divã, uma mesa, uma pequena cómoda com um espelho e um armário. Há na casa algo de rude e elementar que nenhuma riqueza mundana pode corromper, e apesar do seu isolamento na duna, a casa é um ponto de encontro.

Carlos Nunes
Francisco matos
8ºC

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