Aqui estou, condenada às chamas infernais, apenas por ter lutado para sobreviver. Há mais de vinte anos, quando o meu marido morreu e eu me vi sozinha e sem dinheiro, tive de mudar de vida. Recolhi estas raparigas que viviam na miséria e sem terem o que comer, ajudei-as, meti-as a trabalhar para mim. A minha casa era muito bem frequentada e muitas delas saiam de lá casadas com homens ricos que iam lá procurar prazer. As mais jovens e mais bonitas eram as preferidas dos elementos do clero, que pagavam bom dinheiro por elas. Havia moças de todas as classes, todas acharam dono graças a mim. Encaminhei-as ... eu não fiz mal a ninguém, aliás, até ajudei muita gente, não percebo porque é que vim aqui parar. É certo que pregava as minhas petas, fazia algumas mezinhas e encantamentos para as minhas clientes... mas nada de mais. Tenho algumas joias valiosas, graças aos meus fiéis clientes, eu nunca roubei nada... eram eles que me ofereciam...
E os açoites que levava? As humilhações sofridas? Pobre de mim!! Ai as saudades que eu tenho do meu marido, pensei que depois de morrer o iria encontrar de novo, mas ele não está aqui, neste fogo ardente. Queria-lhe pedir desculpa pelos erros que cometi em vida, depois de ele morrer. Pobre homem! Tanto que o amei e depois de o perder tanto que sofri.
Agora só me resta aguentar, estou condenada, aqui neste inferno que não é pior que inferno que foi a minha vida.
Brisída, condenada e arrependida
Ana Sofia Oliveira, 9ºC
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