Citação do dia


sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ai de mim... Monólogo de Brisída Vaz



Aqui estou, condenada às chamas infernais, apenas por ter lutado para sobreviver. Há mais de vinte anos, quando o meu marido morreu e eu me vi sozinha e sem dinheiro, tive de mudar de vida. Recolhi estas raparigas que viviam na miséria e sem terem o que comer, ajudei-as, meti-as a trabalhar para mim. A minha casa era muito bem frequentada e muitas delas saiam de lá casadas com homens ricos que iam lá procurar prazer. As mais jovens e mais bonitas eram as preferidas dos elementos do clero, que pagavam bom dinheiro por elas. Havia moças de todas as classes, todas acharam dono graças a mim. Encaminhei-as ... eu não fiz mal a ninguém, aliás, até ajudei muita gente, não percebo porque é que vim aqui parar. É certo que pregava as minhas petas, fazia algumas mezinhas e encantamentos para as minhas clientes... mas nada de mais. Tenho algumas joias valiosas, graças aos meus fiéis clientes, eu nunca roubei nada... eram eles que me ofereciam...

E os açoites que levava? As humilhações sofridas? Pobre de mim!! Ai as saudades que eu tenho do meu marido, pensei que depois de morrer o iria encontrar de novo, mas ele não está aqui, neste fogo ardente. Queria-lhe pedir desculpa pelos erros que cometi em vida, depois de ele morrer. Pobre homem! Tanto que o amei e depois de o perder tanto que sofri.

Agora só me resta aguentar, estou condenada, aqui neste inferno que não é pior que inferno que foi a minha vida.



Brisída, condenada e arrependida

Ana Sofia Oliveira, 9ºC

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